O tempo, os templos e o que podemos aprender

Luzia Pinta, uma líder que se destacou na época misturava tradições africanas, católicas e indígenas ao mesmo culto.

Por Samuel Correiah

O tempo, os templos e o que podemos aprender

Enquanto não compreendemos a história dos nossos ancestrais, aceitamos tinta no papel, chamamos costumes de fundamento e repetimos o que aprendemos erroneamente sem se quer
questionar.
A escravidão sem dúvida é uma das piores manchas da história da humanidade e essa escravidão em verdade nunca acabou.
Mudaram os tempos e os personagens ganharam roupas novas e nomes diferentes, os nativos do Brasil ocupam as cidades, também, pudera, a nossa Amazônia além de destruída, foi dada de mãos beijadas por ganância e por impulsos inconsequentes que por incrível que possa parecer falam sempre mais alto na mente das lideranças mundiais.
Pesquisadores datam em alguns artigos que desde o século XVII os cultos africanos já marcavam presença no Brasil, estes cultos ficaram conhecidos por calundu ou calundu colonial, que segundo antropólogos e historiadores deram origem ao candomblé.
Os calundus não tinham um templo ou sede fixa, tudo era organizado na casa de alguém importante da comunidade.
Um sacerdote de acordo com a documentação poderia ter até três tipos de cargo e neste mesmo período a cura de muitos males se dava por meio do conhecimento e dos mais diferentes rituais do calundu.
Luzia pinta, uma líder que se destacou na época misturava tradições africanas, católicas e indígenas ao mesmo culto.
Deste ponto já notamos o sincretismo bem antes da enfática data 15 de novembro de 1908, inclusive notamos que historiadores publicam em seus artigos que a mistura dos cultos e tradições convencionou-se a chamar de Umbanda.
Instituir uma data é diferente de se fundar uma religião.
O que não descarta de modo algum a importância da data que foi instituída no dia, 15 de novembro de 1908, onde aprendemos a afirmar que o médium Zélio Fernandino de Moraes através do caboclo das sete encruzilhadas fundou a Umbanda.
Bem, cabe uma pesquisa um pouco mais ampla, uma vez que o culto já ocorria antes mesmo da existência de Zélio.
Uma curiosidade?
Pesquise sobre Luiza Pinta, Joaquim Batista, Josefa Maria, ou Josefa Tunda.
O que tudo isso quer dizer?
Que da mesma forma que não podemos confundir novas práticas com uma verdade absoluta, não há motivo para se apagar a história da umbanda e construir uma história a partir do que convém

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