Mediunidade na Infância parte II

Quando uma mediunidade aflora na infância, mas, a criança não está inserida em nenhum contexto religioso dentro de casa, na escola ou no contato com os amigos.

Por Samuel Correiah

Mediunidade na Infância parte II

Tendo contextualizado de forma resumida as fases da infância, que tal pensarmos sobre as percepções físicas e espirituais através da cabeça de uma criança?

Fica claro que a cada fase da infância a criança tem uma forma de enxergar, sentir e interagir?

Fica claro que muita coisa que a criança aprende é através do exemplo ou parâmetro?

Pois bem, entendendo essas questões, logo temos ainda mais motivos para falarmos sobre a mediunidade na infância e são eles:

– Quando uma mediunidade aflora na infância, mas, a criança não está inserida em nenhum contexto religioso dentro de casa, na escola ou no contato com os amigos.

– Quando a criança sente cheiro, enxerga ou escuta coisas que não fazem parte do seu repertório diário e em alguns casos pode até prever alguns acontecimentos.

– Mediunidade não se resume em incorporação e quando fica claro ao nosso entendimento de que ela é uma percepção que capta realidades extrafísicas e interage com uma dimensão paralela, logo, podemos ampliar a nossa forma de compreendê-la.

Na infância, algumas percepções podem ganhar conotações fantasiosas dependendo do conteúdo que é absorvido por cada individuo e cabe ressaltar que cada pessoa tem o seu próprio ritmo para desenvolver-se desde o seu nascimento, afinal, somos diferentes apesar das finalidades e compatibilidades de gênios, mesmo pertencendo a mesma espécie.

Mediunidade não se resume em incorporação e quando fica claro ao nosso entendimento de que ela é uma percepção que capta realidades extrafísicas e interage com uma dimensão paralela, logo, podemos ampliar a nossa forma de compreendê-la

Dentro dos terreiros de Umbanda por onde tivemos a feliz experiência de presenciar e mapear a espiritualidade sendo assimilada pelas crianças, observamos atentamente que o processo acontece de forma natural e que ele abrange os cinco sentidos físicos da criança (VATOP).

Visão: O olhar de uma criança para as imagens, as cores, as manifestações dos espíritos e toda a liturgia religiosa dentro do terreiro é captada por este sentido que quase sempre está atento e desperto para tudo ao seu redor.

No caso dos deficientes deste sentido, pude comprovar de perto que que a psicosfera, assim como outros sentidos são muito mais ativos.

Audição: Os fundamentos cantados através dos pontos, a vibração dos atabaques, a vibração dos atabaques que produz sentimentos, pensamentos e emoções, desperta na criança um estado de interação com o ambiente.

Experimente colocar uma criança do lado de dentro da corrente, sem conotação de trabalho, observe o respeito e a concentração desta criança, observe que ainda que possa ser uma sessão de eres, essa criança não vai em momento algum levar o culto na brincadeira, ela vai dentro do seu processo natural, buscar formas de interagir e ser aceita.

Tato: Através da interação social, litúrgica, de um abraço ou um passe, a criança vence o medo do desconhecido.

Olfato: As memórias olfativas proporcionadas através da defumação ajudam a formar cenas na mente da criança que futuramente vai fazer uso dessas memórias e de cenas especificas em seu contexto de vida.

Paladar: Seja no caruru de Cosme e Damião, ou em um simples acaçá, a comunhão ritualística onde a criança participa ativamente vai constituir na educação e no contexto de vida do indivíduo, este é o real e fraterno sentido de interação e compreensão de amor ao próximo.

A criança compreende estes cinco sentidos físicos e não enxerga mediunidade como algo espetacular ou como um fardo, o sistema de crenças de uma criança não é bloqueado.
As crianças podem se comunicar com os espíritos muito mais rápido do que um adulto, afinal, qual seria a dificuldade na comunicação entre uma criança e um caboclo?
Se os caboclos compreendem os adultos que tem uma mente muito mais complicada do que a mente das crianças.
As crianças estão em formação, os adultos são programados e em muitos casos são arrogantes diante de suas certezas absolutas.
Quando proibimos ou inibimos a criança, bloqueamos suas habilidades atentes que estão em desenvolvimento, portanto, pais, levem seus filhos ao terreiro sim! Após o entendimento, perguntem se eles querem se batizar na religião, deixem os seus filhos
sentirem as radiações e vibrações de um mentor, um guia espiritual de forma natural, eles não vão desrespeitar o terreiro e muito menos inventar coisas como muitos adultos inventam.
Por que censurar uma criança ou não leva-la à um terreiro de Umbanda?
Continua…

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